03 julho 2011

Celebração


           Cheiros de antigamente dispostos harmonicamente na prateleira branca de madeira da cozinha, atesta o gosto pelo artesanal. Seja nos primeiros raios da manhã ou quando sopra a brisa fria do final de tarde, eis que o cheiro curativo do café exala proveniente do velho fogão a lenha.

           A alquimia da cristalinidade da água com o pó dos grãos nigérrimos e brilhantes do café pode traduzir o convite a um repasto de final de tarde, regado a broas, bolos, beijus, bolinhos de polvilho... Todo um festival gastronômico à disposição do degustador mais exigente.

          Ademais por trás dessa aparente frugalidade que emoldura esse banquete vespertino, resta configurada a solidificação dos sentimentos afetivos familiares. Risos soltos, expressões leves, anedotas, brilho nos olhos compõem o cenário social e terminam por estreitar cada vez mais os laços de afinidade.

         O barulho inquietante dos pequenos, a energia contagiante dos jovens, a ponderação e sapiência dos mais idosos são motivos cruciais para celebrar a vida e a valorização da família enquanto ferramenta construtora de nossos alicerces emocionais.

Karina Alcântara



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