29 junho 2011

Prazer

Aos primeiros raios matinais,

O perfume primaveril convida

Sobre o viço da relva úmida

Ao prazer da leitura incontida.

 

Que eu vare cantos e encantos,

Na projeção do imaginário

Em cada linha dessas tramas

Montando e remontando cenários.

 

A manhã esvai-se célere,

Na transitoriedade do tempo

Agenda reclama compromisso

Mas a leitura eternizou o momento...

Karina Alcântara





28 junho 2011

Singeleza

Aparar as arestas interiores por vezes exige de nós bom senso e legitimidade

Desatrelarmos dos vícios é serviço por demais custoso.

O terreno pedregoso da nossa indigência moral deve ser transformado, ao tempo em que seguimos quebrando pedras e plantando flores...

Tudo é questão de transpor o aparentemente impossível que habita em nós, pois somos passíveis de metamorfoses.

Sejamos como a leveza da floração campestre, como a suavidade de seu perfume...

A singeleza do campo nos embala e impulsiona a novos valores, a novos paradigmas. Apreciarmos a beleza da natureza consiste em revigorarmos as forças e acreditar, que é também na simplicidade da vida, que Deus se revela...

Karina Alcântara




27 junho 2011

Compromisso

Quanto vale meu amor?

O quanto de felicidade eu te realizar...

Quanto vale meu amar?

O quanto de amor eu te possibilitar...

O meu amor é infinito.

O meu amar, eternidade...

Karina Alcântara



Terapia


Na simplicidade da tarde,

Que a brisa efêmera moldura,

A essência dourada exala

O bálsamo curativo da vida.

Na sua textura cristalina

Aquecendo o corpo e a alma,

No bucolismo do campo semeia

A benéfica terapia da calma.

Karina Alcântara

26 junho 2011

Prazer da tarde

Conforto na leitura

Num dia de chuva.

Em cada pingo cristalino

Uma emoção em desalinho.

Breves minutos de misantropia

Aconchegam-me ao leito

Perfumado na penumbra da alcova.

O cheiro do folhear das páginas

Traduzem o prazer que trago em meu peito

Em sorver cada idéia em sincronia,  

Na harmonia articulada das linhas...

A luz da tarde úmida que finda,

Visitando a janela como que anuncia

O prelúdio do ocaso que se aproxima...

Karina Alcantara




Violeta


Que eu seja como os tons violáceos da primavera,

que hibernam em nossa alma feito um marca passo da vida. 

Temporizando a estação da alegria no nosso íntimo,

da cor que nos cura, da renovação que nos redime...

Aquarelando emoções, segue em sua sina

na moldura do tempo, transformando a estação da vida.



Karina Alcântara

25 junho 2011

Sabores



O cheiro doce que sopra na tarde...

Fim de tarde com gosto de fruta.

Tons que me asseguram a calmaria.

A tigela de um branco alvo, espera a alquimia.

A arte de mãos que possuem habilidade

Em transformar sabores...

O avental de cambraia, aos poucos tonalizado

Pela química da arte gastronômica,

De quem tem mestria de encantar.

Quem dera eu pudesse provar,

Desse manjar de cores e sabores,

Então seria feliz,

Por uma tarde, que fosse...

Karina Alcântara


23 junho 2011

Lembrança



A partitura da minha alma insone

Versifica a moldura de minhas lembranças

Trazendo à tona versos esquecidos...

Karina Alcantara



18 junho 2011

Pensamento

Da janela aberta das minhas recordações

Ouço passos que não foram dados,

Abraços que não se processaram

Frases que não se eternizaram.

 

Da janela aberta das minhas recordações

Sinto a brisa da minha juventude

Tocar minha alma nostálgica

Em breves momentos de inquietude

 

Da janela aberta das minhas recordações

Vejo o olhar fixo no horizonte

A contemplar o que poderia ter sido

Nos albores dos tempos esquecidos

Karina Alcantara



Solilóquio


Quero ser mais fluida que o ar que respiro.
Ser o sopro da brisa da madrugada
Ao testar de leve o aprumo da natureza.

Quero ser mais clara que os raios do sol.
Ser o calor que aquece as manhãs
Em dias de primaveril beleza.

Quero ser mais límpida que a água.
Ser o líquido que semeia a vida
Na senda maravilhosa da criação.

E na solidão que oportunizo,
No interior vasto do meu ser,
Quero ser a casta reflexão
Da emoção que me permeia.

Karina Alcântara







17 junho 2011

Solidão


Por vezes, a solidão
Que adorna meu peito cansado,
Enxágua minh'alma com o pranto
De recordações, emoldurado.

É de saber que já fui muito
Pra corações que souberam pouco
De amargura a saudade urdida
Na finitude de um amor louco

Que a chuva me umedeça o sentido
De continuar vivendo a busca
E encontrar novamente a razão,
O anverso da emoção que ofusca.

Karina Alcântara