24 maio 2012

Natureza



Viva condição da natureza
Traduzindo harmonia e beleza...

Rubro



Rubro, escarlate!
Ofusca minha visão
Na latência do sabor.

A vívida nuance da tua pele
Exalta o teu encanto,
Fazendo-me inspirar no teu aroma,
Doce orvalhar das mornas manhãs...

Karina Alcântara

20 maio 2012

Disparidades



Vivo as disparidades do mundo
Sem que me aperceba dos fatos
Que me trazem à tona, episódios
De há muito consumados...

Seguindo no aprumo do meu ser
Na busca incessante da razão
Resta a mim crer que a dor é eterna
E pertinente à emoção...

Karina Alcântara

18 maio 2012

Singularidade




A bordo das minhas reminiscências
Recordo sonhos e rebordo fatos
Que fazem da minha vida, singularidade
Num traduzir do íntimo incauto...

Karina Alcântara

16 maio 2012

Primícias



Olho acima de mim...
As primícias da primavera traduzem singeleza.
Quão curativos são seus atributos
E nos rendemos à sua beleza.

Karina Alcântara

15 maio 2012

Flores e cores



Gélido sabor floral
Na miscelânea de cores.
Tudo é simplicidade que encanta
Os olhos de quem aprecia a arte.

Karina Alcântara

14 maio 2012

Doce cenário

No doce cenário natural
A tarde acelera o prazer,
Fazendo as cores da estação
Vibrar na sintonia do entardecer...

Karina Alcântara

Ornamento



O ornamento e a simplicidade do campo,
Traduzem singeleza às nossas vistas
Cansadas das asperezas do mundo.
No antigo, o novo transborda
Emprestando beleza e vitalidade...

Karina Alcântara

11 maio 2012

Outrora



Profanas em mim,
A pureza dos meus sonhos.
Não mais os tenho como outrora...

Karina Alcântara

10 maio 2012

Vicissitudes



A incauta abrangência das minhas faltas, faz gritarem os dissabores, que em uníssono, acordam meu pranto adormecido.
Finjo que não é comigo, mas as fibras me corroem a ponto de despertar o sono que me abstrai dos contratempos.
Venho de um tempo feliz, tempo de alegria, de riso fácil, de brilho nos olhos... Tempo de inocência, onde a purpurina que emoldurava meus versos, era furta-cor, provocando reflexos sutis.
O tempo que transforma é o mesmo que levou embora os matizes da minha ingênua felicidade. Agora vejo quão opaca tornou-se a janela por onde vejo a vida.
Tons monocromáticos substituíram a policromia que sustentava o viver. Onde a felicidade? Onde o passado que me confortava as horas vívidas da minha essência?
Diluiu-se, diante das vicissitudes da vida...

Karina Alcântara

Vida no campo



Agora, as casinhas eram espaçadas.
Via-se uma ou outra pelo caminho que eu percorria.
Composto de um belo cenário, a natureza acenava em tons verdes, e seu perfume, compunha a musicalidade do trinar dos pássaros.
Absorto estava, em bucólico devaneio. Aquelas paragens representavam para mim, carícias ao meu íntimo cansado e sonhador.
O veículo reduzira a velocidade, o que me fez sair do enlevo em que me encontrava. Tínhamos chegado ao nosso destino.
Só então pude avistar ao longe, o portãozinho branco de madeira, emoldurados por uma erva trepadeira em flor.
Ao fundo, o arvoredo balouçava ao sabor do vento, e a casa, lá estava, aconchegada pela sua sombra.
Diante daquele cenário, fui como que reportado para as lembranças do passado, onde revivi minha infância.
A tarde declinava... O céu outrora límpido, prenunciava aguaceiros próximos. Aves em pequenos bandos, buscavam a segurança de seus lares.
Como era lindo o lugar! Acompanhei com o olhar, a cerca branca de madeira, que emprestava uma beleza singular, a se perder no horizonte.
No solo, estendia-se um tapete verde, salpicado de minúsculas flores, a parecerem flocos de neve.
A estradinha de terra que levava à casa, estava emoldurada por pedras dispostas uma ao lado da outra, tornando-a mais graciosa.
Tudo era maravilhoso, e especialmente àquelas horas, que tomavam um encanto único. Era tudo que eu precisava para extravasar minha personalidade poética, ferramenta principal do meu labor.
Àquele momento, ouvi uma voz muito familiar me desejando boas vindas. O sorriso e o abraço caloroso de sempre me recepcionaram.  Adentramos o velho lar, que apresentava-se perfeitamente conservado apesar dos anos, devido ao capricho de sua dona, e já se podia sentir o cheiro de bolo de nata e café retinindo no ar.
A noite já caía, silenciosa...

Karina Alcântara

08 maio 2012

Infância



Cores e movimento
Destacam nuances do passado
Que redivivo, reverbera na minha saudade.
Infância longínqua, que, de tão perto
Na lembrança, se aquilata vizinha...

Karina Alcântara

Estrada



Breve estrada campineira
Que meu olhar abraça
Traz no teu bojo a poeira
Nas tuas margens a graça
Dos salpicos de flores meninas
Que ao encalço da estrada seguem
Acompanhando alegres e efêmeras,
Trazem alento e a paz no caminho...

Karina Alcântara

Rosáceo








Pureza rósea da primavera,





















Que em micro botões singelos,















Torna diáfana, a beleza da natureza.














Aos meus olhos sedentos por poesia,
Esmaece a poeira do tempo,
Diante de tão belo cenário,
Fazendo luzidia minha estrada campeira...










Karina Alcântara

Doce rubro




Branco salpicado.
Doce rubro, quase obrigatório.
Contraste sazonado
Pela poética da culinária.
Que meu dia seja eternidade,
Enquanto dure teu sabor em meus lábios...

Karina Alcântara

Amarelo poesia







Amarelo nítido, que reluzente, transborda de alegria, meus olhos...














A citricidade do teu sabor, afasta em mim, a previsibilidade do meu pranto. Faz arte e alento em mim...







Karina Alcântara

Lirismo matinal


Que o lirismo devaneie
O que de sutil há em mim.
Que a graça da natureza
Encontre pouso nas minhas entrelinhas.
Que o cheiro do verdor da manhã,
Sopese minhas angústias e desejos...

Karina Alcântara

Sabor



Erva em flor,
Madeira perfumada,
Vem ornar minh'alma,
Deleitando-me os olhos
Pousados em tua envoltura plácida
Digna de distinta nobreza.
Incendes em mim,
O prazer magistral da tua doce gustação...

Karina Alcântara

03 maio 2012

Liberdade

A  liberdade do agir,
Anda em sutil sincronia
Com a temperança da alma...

Karina Alcântara

Tropeços


Não permitamos que os tropeços da vida
Nos façam destruir nosso jardim.
Cultivemo-lo sempre com o adubo da esperança.

Que nossas ausências, sejam apenas temporárias
E necessárias para nossa reflexão de vida.

Resgatemos da vida,
Aquilo que ela pode nos proporcionar de melhor,
Ainda que para isso,
Algumas lágrimas tenham que correr.

Deixemos que elas varram o sujo da alma...

Karina Alcântara