26 abril 2011

Idílio





Obscuridade…
Densa quietude
Emerge do meu silêncio,
Inundado de anseio. 
Por tudo que não quis
Por tudo que perdi. 
Tarde dúlcida
Que translúcida,
Rasga-se ao encontro da noite. 
Feito eu em meu regaço
De amor inacabado.

Karina Alcântara

23 abril 2011

Vento

O vento que sopra
Leva de mim
A sujeira da alma...

O vento que sopra
Traz pra mim
A limpeza da aura...

Que ele seja pra mim
A vastidão do contentamento
Na nobre realização da euforia.

Que oportunize em mim
A ressonância do amor
Em sua plena harmonia.

Faz em mim mais do que devia
No contraste da minha abrangência
Incauta permanência
Que por si só, enebria...

Karina Alcântara

20 abril 2011

Encantamento


Nada tenho nas mãos...
Só o sol me brilha dentro
Numa espécie de encantamento.
Um fogo que não se apaga,
Mas nas mãos, nada se vê...

E de tanto que se queima
O corpo em ardente chama
A fugacidade do enlevo clama
No pensamento que ora teima...

Volto a face à realidade
Na crueza da insensatez.
Aterrisso em ébria poesia,
Cobrindo de beijos tua tez...


E assim persigo minha sina,
De amar sem poder ter.
Numa espécie de encantamento,
Mas nas mãos nada se vê...

Karina Alcântara e Luciana Seloy

18 abril 2011

Tempos Idos...


O caminho que hoje busco
Foi o que outrora feneceu
Entre medos pueris
E anseios juvenis.
A transitoriedade da felicidade
Que faz pouso em meu íntimo,
Acalento-a entre sonhos e devaneios.
Célere e diáfana
Dilui-se a cada arfar
Do peito a sorver
A saciedade em gotas
De amor aprisionado,
De dor liberta,
De inação incontesta
Nos caminhos da desilusão completa...

Karina Alcântara


17 abril 2011

Realidade



Por mais que se queira,
O incerto não enseja
Por mais que se deseje
O improvável não viceja

Por menos que se queira
O inevitável sobrepuja
Por menos que se deseje
O previsível se acusa

O que se foi pretendido e não concretizado
Perdeu-se das teias da oportunidade...
Por mais desconsolo que se tenha produzido
A compunção, no peito oprimido,
Não fará remontar no tempo
O que se foi fragmentado...

Karina Alcântara

07 abril 2011

Sol Interior


Que sempre, o nosso dia seja de sol interior!
Para que os reflexos de nossos raios possam ofuscar os eclipsados que nos rodeiam...
Eles são assim turvos, por alimentarem no seu íntimo as chagas perniciosas da inveja e da frustração.
Agem como autômatos ao comando das sensações inferiores que embotam a mente, sede divina do núcleo da inteligência e do sentimento.
Semeiam em mentes invigilantes e sugestionáveis, a discórdia, fruto da maledicência oriunda de suas percepções insalubres e doentias.
E nesse manancial maculado, de onde brota a felicidade? Surgirá da faxina mental que porventura decidam realizar dentro de si.
Todavia, essas pessoas, por seus atos, nos servem de ferramentas para exercitar o perdão, na sua mais pura inteireza.
Exercitam-nos a tolerância em preciosas oportunidades.
Ajudam-nos a entrever o errôneo caminho que decidiram seguir, evitando-nos assim, as futuras quedas.
Conscientizam-nos das seqüelas dolorosas oriundas das desvirtuadas atitudes que por ignorância resolveram adotar.
Dessa forma, a falseada ideologia que fazem uso, os levam a descaminhos morais, que inevitavelmente, possibilitarão em tempo oportuno,  as bênçãos do arrependimento quando então, buscam em meio ao pranto interior, o caminho redentor...

Karina Alcântara