26 dezembro 2013

A mão que lhe trago...



O mar se enche e se derrama na praia.
As gaivotas fazem um vôo raso,
No horizonte, o sol curioso raia.
A vida é como se fosse um acaso!

Pouco me importa, se é noite, se é dia.
És a aurora que espero toda a noite.
Não falo à madrugada, mesmo fria,
Que traz vida, e um vento sem açoite.

A mão no seu corpo vaga, se perde...
Os seus olhos são noite que escurece,
Olho o lago mais calmo nada pede.

Tanto faz o mar que se fez em lago.
Que importa? Afinal tudo se parece!
O mar que lhe enche é a mão que lhe trago.



Autor: Antônio de J. Nollêto

Arlequim



A chuva cai. Às vezes frio audaz!
É fevereiro. O carnaval nas ruas,
Um calor abafado, poucas luas.
Um ébrio no frevo, não satisfaz.

Outro bêbado, e não me impressiona.
Mas sinto sua alma de carnaval,
Curtido na pinga, que lhe faz mal.
- Um conselheiro, logo menciona!

E por que se embriaga aquele tal?
Será pra esquecer algum sofrimento,
Ou quem sabe é mais um sentimental.

Com as máscaras, mais um arlequim.
Inda que palhaço tem sentimento!
E como tantos, ele sofre sim.



Autor: Antônio de J. Nollêto