09 dezembro 2010

Velho Monge

Rio que tantas vezes transbordou
Que tanta sede matou,
Que a muita gente deu de comer


Choro, com tua agonia
Agonizas e pede socorro.
Quem me dera poder te atender,
Quem me dera...

Talvez, quem sabe?
Um dia eu possa encontrar uma forma
Para salvar o teu leito.

Oh! Querido e velho monge,
Lembro de minhas brincadeiras
Quando banhava em tuas águas,
Límpidas, puras e cristalinas;

Ah! Era gostoso e maravilhoso
Era um verdeiro festival,
Beleza e formosura só tuas margens tinham

Rio Parnaíba, tu fostes e sempre serás:
O Rio mais importante do nordeste.

(Orisvaldo Ramos)
Orisvaldo poetizou a imponência, tanto quanto a derrocada e agonia do nosso Velho Monge, codinome de um os maiores rios nordestinos: o rio Parnaíba... A foto acima o retrata em sua mais majestosa opulência. Foi o berço da nossa linda cidade Teresina. A alimentou e a viu prosperar em todas as fases de seu desenvolvimento... O ancião de barbas brancas e a menina folgazã nos albores da sua infância, até sua mocidade cheia de vida e prosperidade. Hoje ela o vê em seus passos lentos a pedir socorro, no sofrimento surdo como o marulhar das suas águas... Ela sofre, pede, clama pela vida de seu velho amigo e pai, através da fé de seus habitantes...  E é no período certo, que as primeiras chuvas caem como bálsamo revigorando nosso Velho Monge... Misturando-se às lágrimas de gratidão da sua jovem menina de olhos verdes, ele mostra toda sua energia na força das suas águas e na imponência de sua majestade, como a consolá-la na sua dor... O ronco de suas águas, mais parece uma prece de gratidão em reconhecimento do amor de sua pupila, menina. E então os vemos novamente, a estreitar os laços de afetividade e amor, presentes na sua gente, no povo teresinense...

Karina Alcântara

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