16 agosto 2011

Pai...



Numa infância pobre e humilde cresceu um menino...

O mais novo de uma família de quatro filhos, começava a trilhar seus pequenos passos que tinham como estrada a incerteza, a esperança e as dificuldades que lhe permeavam o caminho.

Não chegou a concluir o 1º grau, mas tinha como grandes aliados na sua longa trajetória, a inteligência e a certeza de vencer.

Enquanto primos experimentavam o conforto e as facilidades proporcionados pela condição financeira favorável, frente à luz vacilante de humilde lampião, encontramos nosso menino engolfado nos estudos, lutando contra os obstáculos impostos muito cedo à sua vida.

O tempo passou, o menino cresceu, virou homem, batalhador, responsável e determinado, galgando seus passos na construção dos pilares de seu futuro.

A inteligência e vivacidade desde cedo despontadas no seu caráter, foram cruciais no desenvolvimento de seu contexto profissional. Foi jornalista, fez história em sua profissão. Sem nunca pisar em cursos de línguas, não se enrolava com o francês e o latim. O dom da escrita era de se admirar e tornou-se no decorrer do tempo referencia e era procurado por muitos acadêmicos e profissionais para revisar seus trabalhos de conclusão de cursos de jornalismo.

Foi pai, avô, esposo e amigo. Foi profissional e extremamente humano... Venceu e soube usufruir sua vitória sem esquecer o próximo, pois a muitos ajudou com sua generosidade, dando oportunidades a muitos de construírem seu próprio futuro. Via todos com o coração mais que com os olhos...

Os espinhos de sua jornada não lhe endureceram o coração sensível, acentuando-se com a madureza, a sensibilidade de que era dotado.

Esse homem que tinha o dom da palavra e da escrita escreveu com sua luta as linhas de sua vida, que servirá de valiosa lição para todos nós.

Nos seus últimos anos já fragilizado pelo peso do tempo e com os cabelos encanecidos pela tinta dos anos, continuava conquistando a quem o conhecesse, finalizando assim, as últimas linhas de sua história.

E assim partiu, deixando saudades e um belo exemplo de vida a ser seguido e admirado.

Esse homem é José Araújo Mesquita, que acolheu-me em seus braços paternais como filha do coração. Uma pessoa que ao longo dos anos, aprendi a amar e admirar, e que agora, venho homenageá-lo no silêncio de minha dor...

Karina Alcântara

(The, 21/06/2003)

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