21 março 2011

Puerícia


Barulho de chuva lá fora...
O cheiro úmido exala de fora para dentro de mim.
Sinto a saciedade da alma, nas reminiscências da minha infância...
Tempo bom... Tempo que vai longe, mas ao mesmo tempo, tão perto nas minhas recordações...
A friagem sopra adentrando a abertura sutil da janela, irrompendo em mim, sensações benfazejas há muito adormecidas nos recônditos da mente. 
Sensações que me construíram ao seu tempo...
Que foram extremamente benéficas para meu alicerce emocional.
Que me fizeram companhia enquanto presentes nos pequenos detalhes da vida, do cotidiano...
Esse contexto mnemônico me traz saudades. Mas saudades adocicadas, perfumadas, embaladas pelo onirismo da realidade que a vida pueril nos proporciona.
Cheiro de infância...
Cheiro de magia, de folguedos, de faz-de-conta, de cores, onde a realidade retarda sua presença, dando a oportunidade aos sonhos, de embalar-nos...
Os acordes melodiosos de composições infantis, ainda ecoam nos ouvidos.
Um tempo onde a infância era garantida.
Onde tínhamos o direito de sonhar.
Onde investíamos inteiramente na condição de ser criança...

Karina Alcântara

Nenhum comentário:

Postar um comentário