11 janeiro 2011

Tempo de reflexão!


 
 Estamos o tempo todo experimentando oportunidades para transformarmo-nos internamente, despindo-nos da velha carcaça de hábitos e valores há muito enraizados, seja porque não mais nos são úteis ou porque nos podam a flexibilidade de iniciativas de mudanças.
Tempo de reflexão, tempo da espera...
Permitamos que o outono se faça dentro de nós ensejando-nos transformações. Sejamos como uma árvore frondosa, que às primeiras lufadas do vento frio outonal, permite-se à sua muda...
Primeiramente cobre-se de tons acobreados e dourados, aquarelando a paisagem, com um belo espetáculo digno de platéia. Analogamente, esse acontecimento nos remete à situação de reflexão interior, que deve ser alimentada dentro de cada um de nós. Remete-nos ao reconhecimento de que os excessos nos pesam na bagagem e que precisam ser minimizados.
A perda das folhas segue-se, numa profusão de incessante obediência à lei natural. Metaforicamente falando, processam-se em nós a perda de condicionamentos há muito arraigados em nosso íntimo. Despojamo-nos de tudo o que nos trai, nos aniquila, nos impede o conhecimento. Como a árvore que livra-se de suas velhas folhas...
O inverno gélido a vergasta, e ela desnuda, oferece-se ao flagelo da natureza resistindo heroicamente às rajadas impetuosas do vento intempestivo. Humildemente dobra-se ao açoite do algoz, que a subjuga e mostra todo o seu poderio devastador. Da mesma forma, nos curvamos ao peso regenerador de nossas aflições, dobrando os joelhos em prece sentida enquanto as lágrimas nos banham a alma... E vemos quão pequenos somos sem Deus, quão vulneráveis ficamos diante dos desafios e desalinhos, muitos deles, provocados por nossas invigilâncias....
Mas, como pela lei divina tudo se transforma, após o inverno de aflições, chega a primavera, e com ela, a vida estuante com suas cores singelas...  A transformação se completa em sua grandeza maestrina. O homem velho destitui-se de sua antiga roupagem para revestir-se de outra mais substanciada em novos atributos, em nova essência, em um novo ser...
E assim marchamos, urdindo novos propósitos, alinhavando em nós a esperança, buscando a cada dia sorvermos o néctar provedor de nossas expectativas, na ponderação e na proporcionalidade do amor. Ei-nos então, ressurgidos.

Karina Alcântara

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