11 janeiro 2011

Introspecção



             São nas horas mais silenciosas, que viajamos no nosso interior, interagimos com nossas perspectivas, argumentamos com nossas possibilidades e gerenciamos os fatos já concretizados, frutos de nossa racionalidade ou intemperança...
             A reflexão e a ponderabilidade nos suscita a reformulação dos paradigmas e condicionamentos que já tornaram-se há muito desnecessários em nossa vida, mas que tiveram seu papel no nosso processo de maturação e reforma pessoal.
             A verdade é que, muito de nossa essência não cabe em palavras, nem conceitos. Pouco de nós é visto ou falsamente interpretado pelos que desconhecem a maestria de desvendar a inteireza do outro de forma gradativa. Os conceitos apressados pouco devem importar, pois somos aptos a acolher a concepção maturada daqueles que nos são caros em estima, ainda que, por algumas vezes, eles não nos vejam na nossa mais intensa completude e significância... Por ainda não nos permitirmos por completo...
             Sejamos para nós e para os outros, o que somos em essência... Vivamos livres de atavios morais que não fazem parte de nós... A vida não é uma encenação, antes, uma realidade...
             Sermos presas de nós mesmos exige por demais abstração de algumas convicções interiores. Desapegar-nos do que algema, exige a reconcretização de valores arraigados que porventura se transmutaram no decurso do tempo e das circunstâncias...   
             Sermos nós em nossa plena essência exige a congruência de nossos valores e princípios, exige a busca constante de nossos arquétipos emocionais... Exige de nós, sermos nós mesmos, independente de como os outros nos traduzam...
             Somos livres para viver da forma que nos faz realizados, plenos.
            Que os outros enxerguem o que de melhor temos para servir-lhes de referencial. Que enxerguem da mesma forma, o que de pior temos, e nos sirvam de referencial com o que de melhor eles tenham...
             Sejamos sempre assim, nós mesmos, na nossa íntegra essencialidade...

Karina Alcântara

2 comentários:

  1. É aqui quando me calo No silêncio mais profundo de minh'Alma que mais alto falo...

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  2. Meu brado silencioso, repercute em minhas fibras mais íntimas. Ouço o apelo do peito opresso, fatigado pelas lides causticantes... É assim, meu desabafar silencioso. Num silêncio gritante que me cura, me redime...

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