Perdão significa no sentido estrito, remissão de pena, desculpa, indulto. Mas tem essa palavra um conceito bem mais amplo, quando vemos pelo ponto de vista emocional.
Perdoar não se restringe a um gesto mecânico ao verbalizar a famosa frase: Eu perdôo!
Existe toda uma estrutura psico-emocional por trás desse gesto para que se torne verdadeiro. De nada adiantaria a pessoa falar que perdoa outra, sem o esquecimento da ofensa. Já vi gente falando: Eu perdôo, mas não quero mais aproximação! Será que perdoou mesmo? A dinâmica do perdão, nos remete a uma profunda reflexão. Temos que estar cientes que o esquecimento da falta que o outro praticou contra nós deve ser uma constante no mecanismo do perdoar.
Jesus Cristo, ao perdoar Maria Madalena, na frente de seus algozes, apresentou-nos o poder do perdão, na sua máxima expressão. Da mesma forma quando respondeu a Pedro: “Não perdoai sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.” Entende-se daí a capacidade ilimitada de perdoar que teremos que acolher em nosso coração. Um exercício que exige de nós, prática, humildade e amor. É fácil? Não. Em determinadas situações nos é imensamente penoso indultar o outro de sua falta, quando nos fere o orgulho, a tola vaidade ou nossos mais variados interesses principalmente de cunho materialista.
Nossa constituição física e espiritual foi sabiamente arquitetada por Deus, de modo que funcionam como uma caixa de registros de nossas ações mecânicas e mentais. Todos nós somos energia. Trocamos energia incessantemente, por isso é importante que estejamos cientes em engendrarmos boas ações e cultivarmos pensamentos elevados.
O perdão quando verdadeiramente sentido, nos satura de energia curativa. Mas, ao contrário, o rancor traduz-se em energia perniciosa à nossa alma, que com o tempo, reflete em nosso corpo provocando-nos doenças. Daí vermos ao nosso derredor, pessoas com a saúde do corpo seriamente comprometida, fruto dos desatinos e atitudes inconsequentes que teimosamente insistem em cultivar, tornando dessa forma, a vida cada vez mais penosa nos caminhos que Deus oferece.
Portanto, silenciemos nosso íntimo, buscando ouvir a voz serena e melodiosa do nosso Mestre Jesus Cristo, a ecoar dentro de nós, convidando-nos a reforma interior e a caminharmos juntos rumo à glória em Deus.
Abraços.
Karina Alcântara
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