17 fevereiro 2012

Cura



Ao olhar o espelho da minh’alma
Diviso marcas pontuadas
Que, no amparo oportuno do tempo,
Foram aos poucos suavizadas...

Sábio conselheiro que és, tempo,
Ao correr das tuas horas
Curas sabiamente as feridas
Que no meu peito ainda choram...

Sabes o que és pra mim,
O passado dos meus sonhos
Pueril destino em desengano
Na incerteza do que fomos...

Quem sabe a vão perspectiva
Alimentou-me o coração sofrido.
E vivi a tortura silenciosa
Em razão de amar em desatino...

Karina Alcântara


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