10 maio 2012

Vida no campo



Agora, as casinhas eram espaçadas.
Via-se uma ou outra pelo caminho que eu percorria.
Composto de um belo cenário, a natureza acenava em tons verdes, e seu perfume, compunha a musicalidade do trinar dos pássaros.
Absorto estava, em bucólico devaneio. Aquelas paragens representavam para mim, carícias ao meu íntimo cansado e sonhador.
O veículo reduzira a velocidade, o que me fez sair do enlevo em que me encontrava. Tínhamos chegado ao nosso destino.
Só então pude avistar ao longe, o portãozinho branco de madeira, emoldurados por uma erva trepadeira em flor.
Ao fundo, o arvoredo balouçava ao sabor do vento, e a casa, lá estava, aconchegada pela sua sombra.
Diante daquele cenário, fui como que reportado para as lembranças do passado, onde revivi minha infância.
A tarde declinava... O céu outrora límpido, prenunciava aguaceiros próximos. Aves em pequenos bandos, buscavam a segurança de seus lares.
Como era lindo o lugar! Acompanhei com o olhar, a cerca branca de madeira, que emprestava uma beleza singular, a se perder no horizonte.
No solo, estendia-se um tapete verde, salpicado de minúsculas flores, a parecerem flocos de neve.
A estradinha de terra que levava à casa, estava emoldurada por pedras dispostas uma ao lado da outra, tornando-a mais graciosa.
Tudo era maravilhoso, e especialmente àquelas horas, que tomavam um encanto único. Era tudo que eu precisava para extravasar minha personalidade poética, ferramenta principal do meu labor.
Àquele momento, ouvi uma voz muito familiar me desejando boas vindas. O sorriso e o abraço caloroso de sempre me recepcionaram.  Adentramos o velho lar, que apresentava-se perfeitamente conservado apesar dos anos, devido ao capricho de sua dona, e já se podia sentir o cheiro de bolo de nata e café retinindo no ar.
A noite já caía, silenciosa...

Karina Alcântara

Nenhum comentário:

Postar um comentário