10 maio 2012

Vicissitudes



A incauta abrangência das minhas faltas, faz gritarem os dissabores, que em uníssono, acordam meu pranto adormecido.
Finjo que não é comigo, mas as fibras me corroem a ponto de despertar o sono que me abstrai dos contratempos.
Venho de um tempo feliz, tempo de alegria, de riso fácil, de brilho nos olhos... Tempo de inocência, onde a purpurina que emoldurava meus versos, era furta-cor, provocando reflexos sutis.
O tempo que transforma é o mesmo que levou embora os matizes da minha ingênua felicidade. Agora vejo quão opaca tornou-se a janela por onde vejo a vida.
Tons monocromáticos substituíram a policromia que sustentava o viver. Onde a felicidade? Onde o passado que me confortava as horas vívidas da minha essência?
Diluiu-se, diante das vicissitudes da vida...

Karina Alcântara

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