02 setembro 2011

Doce prazer



As cerejeiras estavam carregadas...

Logo que se abria a porta da cozinha era o cartão postal que se avistava. Dava gosto de se ver, carregadinhas de frutos.

As galhas baixas salpicadas de um vermelho vivo e intenso, chegava a dar água na boca!

Foi a primeira providência da manhã... A idéia já começava a tomar forma e passando o braço na cestinha de vime, dirigiu-se ao quintal da casa.

O dia amanhecera sereno e o cheiro úmido ainda recendia aos olfatos mais sensíveis.

A noite passada havia sido demasiado fria e ainda podia ver-se ao longe, nuvens carregadas, prenunciando aguaceiros próximos.

Não titubeou e pôs-se a passos firmes, demandando o caminho que conduzia às cerejeiras.

O vento lá fora, apesar de ameno, soprava frio, e fazia com que as faces de Helena ruborizassem.

As botinas estavam umedecidas pela relva molhada, mas foram confeccionadas com material próprio para aquela situação. Tão surradas e cheia de histórias...

Enfim chegou ao seu destino e pôs-se ao propósito a que se submetera. Em curto espaço de tempo, a cestinha já estava abarrotada de cerejas de casca lustrosa e de uma cor viva que instigava qualquer criatividade... Mas ela já tinha em mente o projeto culinário a que iria submeter-se e aprestou- se a retornar para casa e preparar o repasto da manhã.

Sim, faria a tão desejada torta de cereja, que, logo, logo despertaria os que ainda encontravam-se adormecidos...

 

Karina Alcântara

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