Ilação
A descrença naquilo que me completa
Ascende-me às fronteiras da incredulidade
E, agasalhando-me em seu regaço,
Toma-me a fragilidade em seus braços.
Eu como que embalado, sonho
Feito menino em seu colo
Abstraído de toda a certeza
Que me teria urdido a sensatez.
No meu silêncio gritante,
Errôneo de toda conjectura
Busco a solidez de minhas verdades
E deparo-me com o vazio...
Destituído da razão que liberta
Agonizo nos grilhões do cárcere
De meus remorsos e inquietações
E ao sabor de minhas constatações,
Sigo enceguecido à sombra de minhas incertezas...
Karina Alcântara
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